Este bloque está dedicado a chamar a atenção sobre todos os elementos do património galego, sobretudo os que atingen à cultura celto-galaica e que non são salvagardados ou tidos em conta por não estarem tipificados como de interesse cultural. Além de referirnos à cultura imaterial, também trataremos figuras arqueológicas de recente aparição na paisagem galaica, como os "inexistentes" círculos líticos e mais qualquer tema, seja de índole lingüística, folklórica ou paisagística.
O nosso fío condutor é um compromisso pessoal com a nossa terra. Em geral, o nosso espírito é dessenfadado e não dramático porque não necessitamos fazer currículum. Não tencionamos escrever artigos académicos nem fazer um catálogo de bens culturais. Já existem outros lugares mais adequados para estes fins.
As autoras do bloque chamamo-nos Arqueologia de Ferrado. Este nome tem a ver com as escolas de ferrado, aquelas escolas extra-académicas, baratas e familiares que acompaharom os nossos avós na sua procura do conhecimento imprescindível para relacionar-se com o mundo. A semelhança delas, os nossos meios materiais são quase inexistentes, livres de subvençoes e ataduras, limitando-se aos nossos percursos polo país... ora bem, não nascemos ontem e se chegamos aqui e com estas intenções não é para andar de brincadeira. Ao mesmo nível do nosso compromisso com a nossa terra e a nossa perspectiva não exenta de humor estão os nossos longos anos de estudo. Quem quiser que consulte os nossos currículos.
Tentamos adoptar uma visão positiva e razoável da defesa do património, considerando que deve ser compatível com os usos actuais, não só de lezer, mas tambén produtivos. Compreendemos que a gente de hoje tem que viver, igual que fizerom os nossos devanceiros, e que para isto é conveniente uma política de prémios, incentivos e louvanças e não só de prohibições, multas e denúncias. Há que mudar a mentalidade – e a realidade– de que os elementos patrimoniais são um inconveniente por outra que os considere uma vantagem.